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MANUAL DE GONIOMETRIA – Membro superior

MANUAL DE GONIOMETRIAComo medir as amplitudes dos movimentos dos MMSS

Este trabalho foi desenvolvido por mim e  pela minha amiga e colega de profissão, Sabrina Raíssa, ainda em nosso tempo acadêmico. Nesta época sentimos a necessidade de aprofundarmos nossos estudos sobre a goniometria que é  uma técnica muito utilizada por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

 A goniometria é um processo de medição da Amplitude de Movimento – ADM – que cada articulação consegue realizar. Este método de medição da ADM é o mais utilizado na prática clínica.

Existem diferentes tipos de instrumentos para avaliar estas medidas, como o goniômetro fluido, o eletrogoniômetro e o goniômetro universal, que é o mais comumente utilizado.

Este manual mostrará como se fazer medições utilizando o goniômetro universal. Com o goniômetro universal, pesquisamos e praticamos as várias medidas articulares do corpo humano, chegando a estas informações valiosas no estudo da Cinesiologia, informações estas que serão apresentadas a seguir.

Para uma maior validade e confiabilidade nas medidas, é preciso observar alguns detalhes, como posicionar o paciente de forma definida e correta; localizar o ponto anatômico no qual será colocado o eixo do instrumento; posicionar corretamente a barra fixa; e acompanhar o movimento articular, seja ele ativo ou passivo, com a barra móvel.

É fundamental observar também os valores para amplitude articular, levando em conta a idade, o sexo, a profissão, o tamanho e a constituição física do indivíduo, além de diversas outras características e circunstâncias.

Vale lembrar que o lado contra-lateral do paciente é, provavelmente, o valor em graus mais normal para a comparação. O movimento deve ser executado lentamente para ser observada a resposta do paciente quanto à dor, ao desconforto e a outras manifestações. Há outros pontos importantes aos quais devemos estar atentos, como a estabilização do membro a ser medido para evitar possíveis compensações; a tranqüilização do paciente, explicando como serão realizados a medição e o movimento; e a realização de mais de uma leitura da medida, para confirmação da mesma. Enfim, é imprescindível ser cauteloso e observador para que a medição articular seja o mais fiel possível.

OBJETIVOS DA GONIOMETRIA:

•Determinar a presença ou não de disfunção

•Estabelecer um diagnóstico

•Estabelecer os objetivos do tratamento

•Direcionar a fabricação de órteses

•Avaliar a melhora ou recuperação funcional

•Modificar o tratamento

O GONIÔMETRO UNIVERSAL

É um instrumento de medição da Amplitude de Movimento – ADM – de fácil aplicação, de baixo custo, de fácil higienização, não invasivo e durável. Por esses motivos, é utilizado na clínica da Terapia Ocupacional e da Fisioterapia.

Abaixo, a ilustração identifica as partes desse instrumento:
GONIÔMETRO UNIVERSAL

MEDIÇÕES DO MEMBRO SUPERIOR

1 – ARTICULAÇÃO DO OMBRO

Flexão de ombro – Grau 0° a 180°

Posição: De pé ou sentado, braço aduzido.

Eixo: Localizar o acrômio e medir aproximadamente dois dedos abaixo dele.

Barra fixa: Em direção ao solo.

Barra móvel: Acompanha o movimento de flexão do ombro, lateral ao úmero, na direção do epicôndilo lateral, para cima.

Extensão de ombro – Grau 180° a 0° (é a volta da flexão)

Posição: De pé ou sentado, em flexão.

Eixo: Localizar o acrômio e medir aproximadamente dois dedos abaixo dele.

Barra fixa: Em direção ao solo.

Barra móvel: Acompanha o movimento de extensão do

ombro, lateral ao úmero, na direção do epicôndilo lateral, para baixo.

Hiperextensão de ombro – Grau 0° a 45°

Posição: De pé ou sentado, braço aduzido.

Eixo: Localizar o acrômio e medir aproximadamente dois dedos abaixo dele.

Barra fixa: Em direção ao solo.

Barra móvel: Acompanha o movimento de hiperextensão do ombro, lateral ao úmero, na direção do epicôndilo lateral, para trás.

Abdução de ombro – Grau 0° a 180°

Posição: De pé, com braço aduzido.

Eixo: Localiza o acrômio e mede aproximadamente dois dedos abaixo dele, segue em direção a espinha da escápula.

Barra fixa: Em direção ao solo posteriormente.

Barra móvel: Acompanha o movimento de abdução, na região dorsal.

Adução de ombro – Grau 180° a 0° (é a volta do movimento da abdução)

Posição: De pé, com braço abduzido.

Eixo: Localiza o acrômio e mede aproximadamente dois dedos abaixo dele, segue em direção a espinha da escápula.

Barra fixa: Em direção ao solo posteriormente.

Barra móvel: Acompanha o movimento de adução, na região dorsal.

Abdução horizontal de ombro – Grau 0° a 90°

Posição: Sentado.

Eixo: Com o braço estendido anteriormente, coloca-se o eixo sobre o acrômio.

Barra fixa: Em direção ao úmero anteriormente (para frente).

Barra móvel: Paralela ao úmero, segue o movimento de afastar o braço da linha mediana (para fora).

Adução horizontal de ombro – Grau 0° a 40°

Posição: Sentado.

Eixo: Com o braço estendido anteriormente, coloca-se o eixo sobre o acrômio.

Barra fixa: Em direção ao úmero anteriormente (para frente).

Barra móvel: Paralela ao úmero, segue em direção a linha média do corpo (para dentro).

Rotação interna de ombro – Grau próximo de 0° a 90°

Posição: Posição em decúbito dorsal, com o braço abduzido a 90° e cotovelo em flexão de 90°, em supinação.

Eixo: No olécrano.

Barra fixa: Paralela ao solo em direção à cabeça.

Barra móvel: Fica lateral à ulna e acompanha o seu movimento para frente.

Rotação externa de ombro – Grau 0° a 90°

Posição: Posição em decúbito dorsal, com o braço abduzido a 90° e cotovelo em flexão de 90°, em supinação.

Eixo: No olécrano.

Barra fixa: Paralela ao solo em direção ao tronco.

Barra móvel: Fica lateral à ulna e acompanha o seu movimento para cima.

2 – ARTICULAÇÃO DO COTOVELO

Flexão de cotovelo – Grau 0° a 145°

Posição: De pé ou sentado.

Eixo: Epicôndilo lateral do úmero na região do cotovelo com braço aduzido.

Barra fixa: Lateral ao úmero em direção ao acrômio.

Barra móvel: Paralela ao antebraço, acompanha o movimento de flexão.

Extensão de cotovelo – Grau 145° a 0°

Posição: De pé ou sentado.

Eixo: Epicôndilo lateral do úmero na região do cotovelo com braço aduzido.

Barra fixa: Lateral ao úmero em direção ao acrômio.

Barra móvel: Paralela ao antebraço, acompanha o movimento de extensão.

3 – ARTICULAÇÃO RADIOULNAR

Pronação – Grau 0° a 80°

Posição: De pé ou sentado, com o braço aduzido e em posição intermediária. Cotovelo em flexão de 90°.

Eixo: Sobre a articulação do punho, na direção da linha do 3° dedo, colocando o goniômetro na parte posterior do antebraço.

Barra fixa: Voltada para o solo.

Barra móvel: Oposta à barra fixa, acompanha o movimento de pronação.

Supinação – Grau 0° a 90°

Posição: De pé ou sentado, com o braço aduzido e em posição intermediária. Cotovelo em flexão de 90°.

Eixo: Sobre a articulação do punho, na direção da linha do

3° dedo, colocando o goniômetro na parte anterior do antebraço.

Barra fixa: Voltado para o solo.

Barra móvel: Oposta à barra fixa e acompanhar seu movimento, acompanha o movimento de supinação.

4 – ARTICULAÇÃO DO PUNHO

Flexão de punho – Grau 0° a 80°

Posição: Braço aduzido, antebraço fletido em 90°, punho reto.

Eixo: Na articulação do punho, em direção à prega distal

do lado ulnar.

Barra fixa: Em direção ao antebraço.

Barra móvel: Na direção do 5° metacarpo acompanhando o seu movimento de flexão (mão caída).

Extensão de punho – Grau 0° a 70 °

Posição: Braço aduzido, antebraço fletido em 90°, punho reto.

Eixo: Na articulação do punho, em direção à prega distal do lado ulnar.

Barra fixa: Em direção ao antebraço.

Barra móvel: Na direção do 5° metacarpo acompanhando o seu movimento de extensão (para cima).

Desvio Ulnar – Grau 0° a 45°

Adução de punho é medida em pronação.

Posição: Braço em adução, antebraço apoiado com a mão reta, em prono.

Eixo: Na articulação do punho na prega distal, sobe até a direção da linha do 3° dedo, posteriormente, apoiada emuma mesa.

Barra fixa: Sobre o antebraço.

Barra móvel: Acompanha o movimento na direção da linha do 3° dedo em direção à ulna.

Desvio Radial – Grau 0° a 15°

Abdução de punho é medida em pronação.

Posição: Braço em adução, antebraço apoiado com a mão reta, em prono.

Eixo: Na articulação do punho, na prega distal, sobe até a direção da linha do 3° dedo, em pronação, apoiada em uma mesa.

Barra fixa: Sobre o antebraço.

Barra móvel: Acompanha o movimento na direção da linha do 3° dedo em direção ao rádio.

5 – ARTICULAÇÃO METACARPOFALANGIANA

Flexão Metacarpofalangiana – Grau 0° a 90°

Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária, mantendo o punho e os dedos estendidos.

Eixo: Articulação metacarpofalangiana.

Barra fixa: Paralela ao metacarpo.

Barra móvel: Paralela às falanges, acompanhando seus movimentos de flexão.

Extensão Metacarpofalangiana – Grau 90° a 0° (é a volta da flexão )

Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária mantendo o punho e dedos estendidos.

Eixo: Articulação metacarpofalangiana.

Barra fixa: Paralela ao metacarpo.

Barra móvel: Paralela às falanges, acompanhando seus movimentos.

Hiperextensão Metacarpofalangiana – Grau 0° a 30°

Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária mantendo punho e dedos estendidos.

Eixo: Articulação metacarpofalangiana.

Barra fixa: Paralela ao metacarpo.

Barra móvel: Paralela às falanges, acompanhando seus movimentos para trás.

Flexão interfalangiana proximal – Grau 0° a 90°

Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária.

Eixo: Articulação interfalangiana proximal.

Barra fixa: Paralela ao metacarpo.

Barra móvel: Paralela à falange medial acompanhando seu movimento de flexão.

Flexão interfalangiana distal – Grau 0° a 90°

Posição: Sentado. Cotovelo apoiado e fletido, com a mão na posição intermediária.

Eixo: Articulação interfalangiana medial.

Barra fixa: Paralela ao metacarpo.

Barra móvel: Paralela à falange distal acompanhando seu movimento de flexão.

MEMBRO SUPERIOR – ANATOMIA

Os membros superiores (MMSS) na anatomia humana são formados pela cintura escapular ou ombro, braço, antebraço,pulso e mão.
Cintura escapular: é formada por dois ossos : a clavícula e a escápula.
Braço é formado por um osso único chamado úmero.
Antebraço: é formado por dois ossos: o Rádio e a Ulna.
Mão é dividida em três grupos de ossos:
Mão: Divide-se em três grupos de ossos:

¨                  Carpo,que é formado por oito pequenos ossos que são:

  • Fileira proximal: escafóide, semilunar,  piramidal e pisiforme.
  • Fileira distal: Trapézio, trapezóide, capitato e hamato.

¨                  metacarpo que é formado por cinco ossos metacarpianos que são numerados no sentido látero-medial em I, II, III, IV, V e correspondem aos dedos da mão.

¨                  falanges são os três ossos dos dedos: falange proximal, média e distal, sendo que o  polegar apresenta apenas duas falanges a proximal e a distal.

Para melhor visualização da anatomia da cintura escapular e membros superiores, acompanhe este vídeo encontrado no YouTube.